O famigerado debate presidencial estadunidense e o problema de se esquecer do essencial

O famigerado debate presidencial estadunidense e o problema de se esquecer do essencial

Por: O Poder Popular ·

Guilherme, militante do PCB em Araraquara-SP

O primeiro debate presidencial da dita maior democracia do mundo gerou bastante burburinho pelo mundo e, claro, nas redes sociais.

O que chama atenção, entre outras coisas, é a tendência geral, ao menos no campo liberal e reformista – ou seja, no campo daqueles que ainda acreditam, ou fingem acreditar, na democracia burguesa –, de analisar a disputa nos seguintes termos: o mentiroso x o decrépito.

Contudo, estamos falando da disputa pelo comando da máquina imperialista estadunidense, da maior máquina de destruição e exploração que a humanidade (ou melhor dizendo, que a classe dominante) já criou. E o imperialismo, além de se sustentar pela força política, econômica e militar, também o faz pela mentira.

Joe Biden, podemos dizer sem medo de errar, não é menos mentiroso que Donald Trump. A diferença é que um deles, Trump, se vale da mentira como método, mentir é sua forma de se comunicar e buscar seus objetivos políticos. Por outro lado, Biden (não nos esqueçamos, o avalizador do genocídio na Palestina, entre outros tantos na sua biografia política sanguinária) se vale da mentira como fundamento, quer dizer, embora muito do que diga tenha aparência de verdade, sobretudo se comparado ao fascista do partido republicano, na essência, o seu discurso também é mentiroso. Não estamos falando de ideologia apenas, mas de mentira deliberada. Aqui, neste embate burgo-fascista-imperialista, quantidade e qualidade da mentira se equivalem.

O outro termo de análise – em que pese certo conteúdo de verdade, haja vista as condições intelectuais de Biden não serem as mais preservadas – tem nos levado para um caminho um tanto quanto problemático, que é – seja a partir de Biden, mas também de Trump – reproduzir um discurso etarista, de preconceito contra a velhice. Ora, ambos fazem o que fazem, e falam o que falam, não por conta de suas idades, mas por conta de suas respectivas posições político-ideológicas.

Nesse sentido, temos de nos lembrar que são incontáveis os exemplos de políticos liberais e burgueses fascistas ou inimigos do povo que não são pessoas idosas. Para ficarmos somente com alguns: Emmanuel Macron, Bolsonaros Filhos, Rishi Sunak, Nikolas Ferreira, Jordan Bardella, Julia Zanatta, Tarcísio de Freitas…

Portanto, a luta contra o fascismo, quer dizer, contra o capitalismo, exige de nós tanto a identificação precisa e correta de nosso inimigo, quanto que não nos deixemos pautar por falsas, inócuas e problemáticas polarizações. A burguesia sempre será nossa inimiga, não importa se jovem ou velha, se mentindo ou se falando a verdade. E o socialismo, por sua vez, será construído por jovens e velhos que amam a verdade, porque a verdade é revolucionária.

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