PCB: 100 anos não são 100 dias

PCB: 100 anos não são 100 dias

Por: Redação ·

Por Marcelo Bamonte

Um ano atrás, no mesmo ensejo de tentar refletir sobre mais um aniversário de fundação do Partido Comunista Brasileiro, escrevi que o maior dever de um comunista é não apenas sê-lo, mas tornar-se um comunista melhor a cada dia que se passa. Hoje, quando vislumbro que o PCB completa cem anos de sua existência, fica cada vez mais claro o peso de nossa tarefa histórica e o motivo de estarmos aqui.

Cem anos não são cem dias pois, em 1922, aqueles que ousaram sonhar e construir um partido de vanguarda estavam a dizer de forma bem clara: não temos nada a perder, e por isso lutamos. Tal grito ecoou de forma que, hoje, é impossível falar da história da classe trabalhadora brasileira sem citar o Partido Comunista Brasileiro, que carrega a responsabilidade de representar o real significado da foice e martelo que tremulam em nossa bandeira vermelha, sempre ao alto, independentemente do momento histórico enfrentado.

E o peso de tal construção, hoje, deve ser carregado por um partido de vanguarda sólido, com unidade de ação e liberdade de crítica, que se coloque ao lado das massas, que as guie - mas jamais se distancie delas. Ao longo de sua história, protagonizando momentos marcantes da luta do povo brasileiro pela construção do socialismo, o PCB tem o objetivo claro de combater a perpetuação da concentração de capital na mão dos poucos que preferem a morte de muitos do que abrir mão de seus privilégios.

Não, cem anos não são cem dias. Neste tempo, guiados pelo firme princípio de manter a chama do marxismo-leninismo acesa e cada vez mais ao alto, táticas, lutas e confrontos foram postos à frente de nosso Partido. A luta contra a ditadura, a batalha da construção de greves, a massificação do partido - todos estes fatores, passíveis de erros e desvios táticos, foram desafios enfrentados pelo PCB e, com o método bolchevique da autocrítica, postos à nu à população.


O PCB é um partido que não se envergonha de sua história. Pelo contrário, se reafirma como um lutador a serviço do povo, que não se exime dos erros e luta para consertá-los. Cem anos de luta pela construção do socialismo que devem ser comemorados, mas também enfatizados dentro dos trinta anos de reconstrução revolucionária. Dos esforços e luta abnegada por parte dos camaradas que não estão mais presentes em vida, do combate contra o oportunismo e sabotagem de nosso Partido. Só comemoramos hoje os cem anos pois, há trinta, foi exigida a coragem de defender os ideários de Marx, Engels e Lênin que não foram negados pela vida.

Não cabe a um comunista singelo como eu, que está dando os primeiros passos, passar a nominatas e hierarquias de importância. Camaradas que dedicam suas vidas a construir o socialismo e a revolução comunista no seio do Partido: essa comemoração é sua.  É sua e também do povo brasileiro, que não se furta de sonhar com o assalto do céu, construindo tais condições na terra, e em conjunto.

Que por todo Brasil ecoe o nosso brado, presente nos momentos de luta e, principalmente, nos momentos mais taciturnos de nossa história. Que o grito volte a preencher o tímpano dos inimigos do povo com medo, aterrorizando aqueles que se empenham em frear a tarefa das massas e da classe trabalhadora, a luta inevitável por sua libertação. Que nossas correntes, forjadas no sangue e suor dos militantes e das militantes, permaneçam fortes, mirando o poder popular.

Que se espalhe e não se deixe esquecer: enquanto houver a classe trabalhadora, haverá o comunismo. Enquanto houver comunismo, haverá o nosso Partido.

Viva os cem anos do Partido Comunista Brasileiro!

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