ISRAEL E PALESTINA – Sobre o que ninguém falou ainda

ISRAEL E PALESTINA – Sobre o que ninguém falou ainda

Por: O Poder Popular ·

Antônio Alves - militante e membro do Comitê Central do Partido Comunista Brasileiro (PCB). Foi candidato a vice-presidente pelo PCB, com a camarada Sofia Manzano.

Há mais de um mês acompanhamos a ação do Hamas, que adentrou em território israelense, numa ação ousada, realizando um ataque inesperado e sem precedentes para Israel. O resultado dessa ação foi uma reação desproporcional por parte do Estado sionista de Israel, onde acompanhamos todos os dias, em tempo real, o massacre que já custou mais de 10 mil vidas em Gaza, a morte de 4,7 mil crianças palestinas, o deslocamento de 1,5 milhão de pessoas e a destruição de 40 mil habitações do povo palestino.

Mas tem algo que parece ter passado batido pela maioria dos jornalistas e analistas sobre o genocídio em curso nos territórios palestinos, promovido pelo Estado sionista de Israel. O que cabe algumas perguntas. Como uma falha dessas pode ter acontecido? A quem interessava esse ataque do Hamas? Porque pareceu tão fácil? É de conhecimento geral, ou pelo menos, presumisse, que todos saibam que a Mossad (Serviço Secreto de Israel) é uma das máquinas de inteligência e contrainteligência mais eficientes do mundo. Estamos falamos sobre um serviço secreto que tem ramificações por todo o mundo. Por exemplo, o escritor e ativista palestino Ghassan Kanafani, em 1972, foi assassinado no Libano pela Mossad num atentado a bomba.

Essa situação nos leva a outra questão. O que estava acontecendo na conjuntura política e institucional no Estado de Israel no último período? Como estava o governo do criminoso de guerra Benjamim Natanyahu? O perfil do primeiro ministro de Israel é bastante peculiar. Ele é um político de extrema-direita, com um discurso que mistura a questão da religiosidade, o conservadorismo e nacionalismo, sustentado por uma imensa base sionista que não esconde o desprezo pelo povo palestino.

O projeto político reacionário de Natanyahu vislumbra obter o poder absoluto, aos velhos moldes de uma ditadura, onde o governante possa fazer o que quiser, sem nenhum impedimento, seja ele político, jurídico ou militar. Porém, o poder judiciário de Israel tem sido uma grande pedra no sapato dessa pretensão de poder. Mas para compreender isso, precisamos analisar os fatos recentes da política israelense.

No início de 2023, a classe trabalhadora e o povo israelense não alinhado ao projeto sionista, realizaram uma Greve Geral, paralisando o país e encurralando o primeiro ministro, que tentava aprovar um projeto de reforma judiciária que lhe daria plenos poderes. As ruas de Tel Aviv foram ocupadas por manifestantes, acusando o primeiro ministro de ditador, além de reforçarem as denuncias de corrupção de seu governo.

No mês de julho, o parlamento israelense (formado por uma maioria que apoia o projeto sionista de Natanyahu), decidiu aprovar a primeira parte da polêmica reforma judicial. Já em setembro, a Suprema Corte de Israel iniciou o processo de análise sobre essa proposta que ameaça o equilíbrio entre os poderes e abre a porta para a formação de um Estado autoritário.

Estranhamento, em meio a tantas polêmicas e protestos, um governo que vem perdendo credibilidade com denúncias de corrupção e tenta fazer uma reforma que lhe dará plenos poderes, tendo o controle sobre um dos serviços de inteligência mais bem equipados do mundo, vê um grupo rival histórico realizar uma ação militar dentro de seu território. Esse governo, depois de meses de crise, consegue unificar o seu povo e desviar a sua atenção da sua proposta de reforma judicial que na prática significa a construção legal de ditadura.

O fascista/sionista sempre pauta a sua política através do medo, sentimento eficaz no processo de unificação de pessoas. Esse inimigo pode ser o invasor ou terrorista. Esse sujeito criado pelo sionismo, tem sempre o objetivo de unir corações e mentes, através desse fantasma, deixando a visão de todos turva e deixando todos vulneráveis para a ascensão ou domínio daquelas criaturas de má-fé. Foi assim com Mussolini, com Hitler, Pinochet, não seria diferente com esse criminoso de guerra chamado Natanyahu.

Prisão para Natanyahu e seus crimes de guerra!

Fontes:
Suprema Corte de Israel começa a analisar a reforma judiciária - https://oglobo.globo.com/mundo/noticia/2023/09/12/suprema-corte-de-israel-comeca-a-analisar-reforma-judicial-que-provocou-manifestacoes-massivas-no-pais.ghtml

Entende a reforma judiciária de Israel https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2023/07/entenda-a-reforma-judicial-em-israel-apontada-como-ameaca-a-democracia.shtml#:~:text=Em linhas gerais%2C a reforma,Binyamin Netanyahu%2C e seus aliados.

Greve Geral convocada em Israel contra a reforma judicial de Natanyahu https://exame.com/mundo/greve-geral-convocada-em-israel-para-protestar-contra-reforma-judicial-de-netanyahu/

Israel tem protestos em massa e greve geral enquanto Natanyahu avança no parlamento https://g1.globo.com/mundo/blog/sandra-cohen/post/2023/02/13/israel-tem-protestos-em-massa-e-greve-geral-enquanto-netanyahu-avanca-no-parlamento-com-sua-polemica-reforma-judicial.ghtml

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