Nessa quinta-feira, dia 3, foi lançado oficialmente o IX Congresso Nacional da União da Juventude Comunista (UJC), a Juventude do Partido Comunista Brasileiro (PCB). O IX Congresso inicia seu ciclo de debates e deliberações internas já superando uma marca histórica: é o quinto Congresso consecutivo da UJC sem que tenha havido um fechamento do regime e desativação da UJC. Desde o V Congresso, de Reorganização, em 2006, a UJC tem crescido, aprofundando sua linha política e desdobrando a linha política do PCB, assentada sobre a Estratégia da Revolução Socialista, para as lutas da juventude trabalhadora e dos estudantes. O desafio deste IX Congresso será, uma vez mais, elaborar as mediações cientificamente adequadas, no espírito do marxismo-leninismo, a partir das Resoluções do XVI Congresso Nacional do PCB, finalizado em novembro de 2021.
A UJC terá uma grande tarefa neste IX Congresso: será o momento de análise de um período importante e difícil das lutas da juventude em nosso país, partindo do ano de 2018, no qual foi realizado o VIII Congresso Nacional. O governo Temer, o governo Bolsonaro-Mourão, a piora nas condições de vida, trabalho e estudo dos jovens brasileiros, a pandemia – tudo isso será objeto de estudo e, principalmente, de tomada das decisões necessárias para o avanço do movimento de juventude no Brasil. Com isso, estarão colocadas as condições para um avanço na reorganização da classe trabalhadora e na construção do Poder Popular, no rumo do Socialismo.
Alguns desafios são especiais nesse percurso. No último período, em especial no momento dos Tsunamis da Educação, pode ser vista a força do movimento estudantil em nível nacional. No entanto, apesar de importantes lutas de resistência, o protagonismo do movimento secundarista, marca de lutas nos anos 1980 e 1990, assim como no ciclo de ocupações de 2015 e 2016, não reapareceu com toda a força. Será tarefa dos jovens comunistas estudar a fundo esse setor e planejar a inserção e disputa de consciência junto a essas bases, que nada mais são do que trabalhadores e trabalhadoras em formação. Junto à educação básica regular, ganha ainda mais importância o Ensino Profissional Técnico, que hoje tem nos Institutos Federais sua maior expressão e é o principal espaço de formação dos jovens que entrarão nos postos mais estratégicos do mundo do trabalho, como a indústria.
O mesmo pode se dizer do movimento de jovens que já estão inseridos nos postos de trabalho. Seja na luta em seus locais de trabalho, na iniciação (e reorganização) da luta sindical no país; seja nos movimentos populares, nos bairros e na cultura, esse setor, que já sofre a exploração e a opressão cotidiana, precisa ser organizado. Se no ciclo anterior, em que a hegemonia do reformismo ativamente paralisou e fragmentou as lutas da classe trabalhadora, essa camada imensa de trabalhadores foi afastada da luta organizada, é tarefa dos jovens comunistas empreender esforços para que o novo ciclo reverta esse quadro. Afinal, a organização do trabalho é também a luta pelo direito ao trabalho: o número de desempregados de 16 a 29 anos no país nunca esteve tão alto e também a UJC propõe que nesse IX Congresso se debata alternativas concretas de organização e luta para esse setor marginalizado e precarizado em suas condições de vida.
A etapa de conclusão do IX Congresso Nacional da UJC será em novembro, mas já em março milhares de jovens comunistas começam a se reunir, em um processo de livre debate interno, para definir os rumos da sua política para o próximo período. Desde as etapas de núcleo, em que os organismos de base se reúnem, até a etapa nacional, passando por fases em cada estado do país, os militantes da UJC demonstrarão na prática que a unidade tão necessária à ação da juventude organizada em nosso país requer uma fortíssima unidade ideológica, forjada na discussão política e sedimentada na democracia interna.
Essas são as perspectivas para o IX Congresso Nacional da UJC: perspectivas de um avanço na profissionalização, na especialização, na sistematização do nosso trabalho, superando os métodos artesanais, para dirigir as lutas da juventude no Brasil e no mundo todo. Uma UJC forte hoje significa uma juventude trabalhadora forte amanhã e essa força, como parte do trabalho revolucionário do PCB, significa o fortalecimento da luta do proletariado internacional pela Revolução Socialista e pelo Comunismo.
- Editoriais
- O Jornal